Por Leandro “Leo” Banner
• Texto escrito originalmente para o Instagram TERRITÓRIO NEUTRO, atualizado para o CCP em 21/04/2024.
Não obstante minha inveterada paixão por quadrinhos e a Nona Arte em geral, imagino que um detalhe já ficou bem claro para os que nos acompanham nesse singelo espaço: meu personagem favorito de todos é O INCRÍVEL HULK. E, a despeito daquela que considero a PIOR decisão da Panini Comics dos últimos tempos – o cancelamento da COLEÇÃO CLASSICA MARVEL – pretendo iniciar uma série de artigos que objetivam um apanhado dos principais fatos e histórias que marcaram a trajetória do Gigante Verde – considerando também que a maioria dos filmes do cinema praticamente arrasaram o personagem – pela análise da COLEÇÃO CLÁSSICA MARVEL 05 (HULK VOL. 01), que compila as primeiras histórias do Hulk em ordem cronológica em seu título: THE INCREDIBLE HULK # 01 a #06 (de maio de 1962 a março de 1963), que já havia saído aqui em BIBLIOTECA HISTÓRICA MARVEL em 2008, também pela Panini.
O Hulk é a segunda das grandes criações que marcaram a revolução nas HQs promovida pela Marvel na primeira metade da década de 1960, numa história retratando a época da “guerra fria” entre Estados Unidos/União Soviética, que começava com o teste da Bomba Gama, conduzido por seu criador, o dr. Bruce Banner numa instalação do exército norte-americano no deserto do Novo México. Por conta da inconsequência do adolescente rebelde Rick Jones, que adentra a área de testes para vencer uma aposta, o doutor Banner adentra a área de testes para tentar salvá-lo, e ao fazê-lo, após jogar Jones numa vala de segurança, é pego na explosão da bomba Gama. Contaminado por uma dose maciça de radiação gama, o frágil cientista passa a se transformar num gigante monstruoso batizado como Hulk. Inicialmente retratado como CINZA, as limitações técnicas referentes à colorização da época fizeram o personagem ressurgir VERDE a partir da segunda edição. Essa mudança (de cor), sem qualquer menção ou explicação na história, advinda de uma necessidade puramente editorial a princípio, foi inserida no cânone do personagem na década de 1980 (que será abordada oportunamente nessa série).
Nessas primeiras histórias temos as bases que criaram o Hulk, que, além de fugir da constante perseguição empreendida pelo General Thaddeus “Thunderbolt” Ross, também encara inimigos como os Homens-Sapo (!!), O Circo do Crime, o alienígena Mongu, Mestre dos Metais, o vilão milenar Tyrannus e até mesmo um general comunista do Oriente. É possível perceber também a evolução na relação de Rick Jones com Bruce Banner e no sistema das transformações de Banner no Hulk, que inicialmente se davam ao por do sol (voltando a ser Banner no raiar do dia), passando depois a serem induzidas por mecanismos manipuladores de raios gama desenvolvidos pelo cientista, até, finalmente, sofrerem uma ruptura nesse padrão ao final da edição #6, que marca o fim da primeira encarnação do título do personagem.
Ainda que sejam histórias com uma linguagem bem diferente do que se tem hoje em dia, muito mais objetivas e diretas em sua estruturação e desenvolvimento, são histórias divertidas de se ler e servem para nos apresentar aos aspectos basilares do personagem que seriam desenvolvidos e aprimorados futuramente. Cortesia de Stan Lee, Jack Kirby e Steve Ditko (que finaliza o lápis de Kirby na edição #2 e desenha e finaliza a edição #6), os grandes principais responsáveis pelos pilares dessa nova Era Marvel que se iniciava nos quadrinhos. Um lançamento altamente recomendável não só para os antigos fãs, mas também para os novos fãs que querem conhecer mais sobre as bases do Universo Marvel da maneira como foram concebidas na época. A edição traz um bom texto introdutório e uma pequena quantidade de extras interessantes, a despeito dos constantes erros de revisão da Panini presentes na edição.
Realmente uma pena o cancelamento dessa série. Em breve retorno com mais histórias essenciais do Incrível Hulk. Não percam. 😉
Vida longa e próspera e até a próxima!🖖🏻
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