XMEN 60 ANOS – PARTE 2 A ERA CLAREMONT

Por Adilson Carvalho

Os herois mutantes criados por Stan Lee e Jack Kirby em 1963 não eram populares como atualmente na época de seu lançamento. Em 1969, o escritor Roy Thomas e o desenhista Neal Adams injetaram sangue novo nas histórias e introduziram novos personagens, mas ainda assim os X-Men não se tornaram nenhum sucesso de vendas e a Marvel parou de produzir novas histórias a partir do #66. Depois de um hiato, a série continuou com reimpressões do material antigo entre os #67 e 93. Este tratamento desprezível só acabou quando Len Wein se juntou a Chris Claremont e Dave Cockrum para produzir Giant Size XMen #1 em maio de 1975. A nova equipe criativa introduziu um novo grupo que iria aparecer nas novas edições a partir de The X-Men #94. Mais do que simples adolescentes aprendendo a usar seus poderes, essa equipe consistia de adultos oriundos de várias nações e culturas, recrutados por Charles Xavier para salvar seus alunos originais de Krakoa, a ilha mutante. Assim surgiram Pássaro Trovejante/Thunderbird (John Proudstar), um índio Apache americano; Colossus (Piotr Nikolaievitch Rasputin), um jovem agricultor da antiga União Soviética; Noturno (Kurt Wagner) que escondia sua mutação como artista de circo na Alemanha, Solaris (Shiro Yashida), um arrogante japonês; Banshee (Sean Cassidy), um irlandês ex-agente da Interpol; Tempestade (Ororo Monroe), uma mutante do Quênia venerada como deusa; e, o herói que já havia aparecido nas histórias do Hulk, Wolverine (Logan/James Howlett), do Canadá, que se tornaria o personagem mutante mais famoso de todos os tempos. Abaixo vamos conferir as histórias mais importantes após este renascimento dos jovens super dotados do Professor Xavier:

#1. Fase Chris Claremont & John Byrne. Do criativo período entre 1977 e 1981, Claremont e Byrne foram gloriosos a cada história, alcançando o ápice com o longo arco A Saga da Fênix Negra. Nela, Jean Grey começa a desenvolver incríveis poderes que a corrompem e a transformam em uma entidade maligna. Depois de enfrentaram o Clube do Inferno, e a própria Jean, os X-Men são levados pela Guarda Imperial de Shiar e precisam decidir se a vida de um membro da equipe vale mais do que todas as pessoas do mundo. Insatisfatoriamente adaptado duas vezes para o cinema nos filmes XMen O Confronto Final (2006) e XMen A Fênix Negra (2019) Outra história marcante foi Dias de um Futuro do Passado em que Sina, a vidente criminosa membro da Irmandade de Mutantes, prevê o assassinato do senador Robert Kelly, o que acaba desencadeando um sentimento anti-mutante na população. Neste futuro distópico, os Sentinelas acabaram tomando posse e se tornando governadores dos Estados Unidos, e os mutantes vivem em campos de concentração presos. Adaptado em X Men Dias de um Futuro Esquecido (2014).

#2. A Saga da Ninhada (1981-1982). Após a saída de John Byrne, Dave Cockrum retorna ao título The Uncanny X Men, e juntos com os desenhista Bob MacLeod e Paul Smith, levam os heróis mutantes ao espaço enfrentando alienígenas visivelmente inspirados em Alien. A Ninhada são seres insectóides que se reproduzem colocando seus ovos dentro dos corpos de raças alienígenas. Todos os X-Men são infectados, exceto Wolverine que, através de seu fator de cura, acaba debelando o parasita. Nesta fase Carol Danvers se torna a heroína Binária.

#3. Deus Ama O Homem Mata (1982). Chris Claremont e Brent Anderson produziram uma das melhores histórias da década, e que serviu de base para o excelente X Men 2 (2003). Os alunos do professor Xavier, os X-Men, têm que enfrentar um esquadrão da morte que persegue e mata friamente mutantes, estimulados pelo influente reverendo Stryker, que uso do fanatismo religioso para pregar o medo e terror contra os que possuem o fator X.

#4. Massacre de Mutantes (1986-1987). Eficiente crossover dos títulos Uncanny X Men, Novos Mutantes e X Factor. Chris Claremont se junta a Walter Simonson e Louise Simonson no roteiro com desenhos de John Romita Jr, Sal Buscema e Walter Simonson. A história se inicia quando os Morlocks (mutantes cuja mutação não só dá poderes mutantes, mas também causa deformidades físicas) começam a ser exterminados pelos Carrascos. A saga teve consequências no mundo mutante, Psylocke, Cristal, Longshot e Destrutor (ele se juntou aos X-Men, porque a sua namorada, Polaris foi possuída pela Maligna) entraram para substituir Lince Negra, Noturno e Colossus (que voltou para a equipe um pouco tempo depois) nos X-Men.No X-Factor, o Anjo ficou tão desesperado com a amputação de suas asas, que ele saiu do grupo mutante e pegou o seu jato particular para se matar. Porém, o vilão Apocalipse o salvou, fez lavagem cerebral no mutante, e o transformou em seu “Anjo da Morte”, dando-lhe novas asas metálicas, que lançavam projéteis afiados. Só se libertou da influência do Apocalipse no final da saga Queda dos Mutantes.

#5. Gênese Mutante. Escrita por Chris Claremont e desenhada por Jim Lee, a história foca no destino final de Magneto que reúne um novo exército no Asteroide M desafiando Charles Xavier e seus pupilos, única chance de evitar uma guerra entre humanos e mutantes. A história marcou a despedida de Claremont dos XMen, depois de 14 anos à frente do título. A partir daí o fraco Scott Lobdell assume os roteiros. Claremont ampliou o elenco da equipe, reintegrando os cinco X-Men originais e introduzindo as icônicas equipes Azul e Dourada. A arte marcante de Jim Lee permaneceu como uma espécie de padrão durante praticamente todo o restante dos anos 90, influenciando até mesmo o visual do desenho X-Men: The Animated Series. Com esses dois nomes de peso à frente da revista de maior sucesso da Marvel na década de 90, não é a toa que X-Men #1 tenha se tornado um dos quadrinhos mais vendidos da história.

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