Cine Rádio | “Cry Macho” e as Seis décadas de Cinema de Clint Eastwood

Por Paulo Telles & Sérgio Cortêz (Rádio Vintage)

Cine Rádio: CRY MACHO – Clint Eastwood e sua brilhante interpretação da personagem criada por N. Richard Nash

Quem diria que, mesmo somando seis décadas de carreira, o durão e implacável ícone de Hollywood Clint Eastwood voltaria às telas para estrelar e dirigir Cry Macho – O Caminho da Redenção!

O jovem Clint Eastwood na série de TV COURO CRU (Rawhide)

Clint Eastwood iniciou oficialmente em Hollywood em 1955, mas só a partir de 1958 começou a ser reparado na televisão em um episódio da série de TV Maverick (1957-1962), sendo depois escalado como uma das estrelas de Couro Cru/Rawhide (1959-1965) ao lado de Eric Fleming (1925-1966). Foi através desta série de televisão que o diretor italiano Sergio Leone (1929-1989) notou Clint e o escolheu para ser seu “pistoleiro sem nome” na sua trilogia clássica do faroeste italiano composta por Um Punhado de Dólares (1964), Por Uns Dólares a Mais (1965) e Três Homens em Conflito (1966).

A carreira cinematográfica de Clint estava impulsionada por Leone na Itália e quando o ator voltou para os Estados Unidos já era um astro consagrado, geralmente escalado por cineastas como Ted Post (1918-2013) e Don Siegel (1912-1991) para viver anti-heróis durões, lacônicos e implacáveis, seja no gênero western ou policial, como na série de cinco filmes da série Dirty Harry, iniciada por Siegel em 1971 e todas estreladas por Eastwood até 1988.

Cint em PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL, 1971

Já a carreira brilhante de Clint como diretor iniciou em 1971, quando dirigiu e estrelou o suspense Perversa Paixão (Play Misty For Me, 1971). De lá pra cá, Eastwood angariou vitórias e alguns poucos fracassos comerciais (como A Raposa de Fogo, que dirigiu e estrelou em 1982), mas a indústria custava reconhecer um ídolo ligado aos westerns e aos filmes de ação como um “diretor sério” pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Mas na noite de 23 de março de 1993, Hollywood se rendeu ao talento de Clint quando finalmente sua obra prima Os Imperdoáveis (Unforgiven, 1992) ganhou quatro prêmios da Academia (incluindo Melhor Filme), provando ser um dos gigantes do cinema ao ganhar o Oscar de Melhor Diretor do ano. Vale destacar que Os Imperdoáveis teve dedicatória a dois mentores do astro e diretor – para Sergio Leone e Don Siegel.

Clint em CRY MACHO – O CAMINHO DA REDENÇÃO, um dos trabalhos mais recentes do artista

Baseado no livro homônimo de N. Richard Nash (1913-2000) publicado em 1975 e quase levado às telas inúmeras vezes (tendo Joel McCrea, Burt Lancaster, Charlton Heston, Kirk Douglas, Arnold Schwarzenegger e Pierce Brosnan cogitados para o papel principal vivido por Clint), Cry Macho – O Caminho da Redenção chegou perto de ter o astro como protagonista em 1988, mas Clint só comandaria o projeto mais de 30 anos depois.

Clint Eastwood, ator e cineasta com seis décadas de sucesso.

Figuras rígidas como Mike, o personagem de Clint em Cry Macho – O Caminho da Redenção são parte integrante da carreira do ator e diretor, que se tornou um símbolo de masculinidade na Sétima Arte. Afinal, foi nos gêneros western e criminal que Clint obteve maior popularidade. Clint Eastwood é uma lenda duradoura, provando ser imbatível apesar dos anos e oferecendo para as plateias o que há de melhor em sua arte, humanidade e entretenimento.

Paulo Telles é radialista (DRT 21959/RJ), crítico de cinema, escritor, produtor e colunista do site CINEMA COM POESIA e colunista do Cine Retro Boavista. Redator do blog CINE RETRO BOAVISTA

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