X-MEN ’97 É CONCLUÍDA NA DISNEY +

Por Adilson Carvalho

É inegável que o renascimento da série animada dos X-Men é o melhor trabalho que a Marvel Studios desde Vingadores Ultimato (2019). O que pode começou como uma iniciativa justificável apenas pela nostalgia evoluiu para algo muito mais interessante e cheio de nuances após o chocante ataque a Genosha. Isso realmente mudou tudo para os heróis mutantes que se tornaram mais sombrios. Outra consequência desse genocídio foi que o conflito central de todos os principais filmes dos X-Men até hoje – o choque de ideais entre Charles Xavier e Magneto ficou muito menos complicado. O desenho animado deixou bem claro que Magneto estava certo em afirmar que os humanos não prestam, e nunca aceitarão os mutantes, a menos que estejam mortos. Esta abordagem fez do vilão um anti-herói, um antagonista simpático embebido pela máxima que diz que os fins justificam os meios. A morte de personagens amados pelo público, o destino de Wolverine, que assim como os quadrinhos tem seu esqueleto de adamantiun removido por Magneto e o fracasso dos heróis mutantes em evitar o massacre deixaram um gancho para uma nova temporada e um sinal de que as adaptações em quadrinhos ainda podem render bons roteiros seja em animação ou em live-action. Adaptando o que aconteceu no arco em quadrinhos Atração Fatal (1993), Magneto e Xavier tem um embate “definitivo” e, no momento em que o capacete de Magneto é removido na batalha, Xavier faz algo que supostamente nunca faria: entra na mente de Magneto e a viola com horríveis explosões psíquicas. Xavier, o defensor da paz e da tolerância, tortura seu ex-melhor amigo, o homem que ele diz ser sua família, e assume o controle não apenas de sua mente, mas de seu corpo. Uma inversão de valores e atitude entre os dois pilares da causa mutante no universo Marvel. O vilão Bastion, que tem papel central nessa retomada de X-Men ’97, saiu das páginas do arco Operação: Tolerância Zero, de Scott Lobdell e Pascual Ferry, publicado em 1996. “A humanidade prefere morrer a ter filhos como nós”, diz o vilão em suas últimas palavras. A aparição de Apocalipse ao final joga pistas do que está por vir.

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