Matar Ou Morrer ainda desponta em seu elenco Lloyd Bridges e Katy Jurado.![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3SSY4rjKtwWCWQ8I-vev7GluLS6GVks4Dh5l6RgRsANS-YMsKDQf784mKMGndb3aRiSNEqyC9LsBG0t4bN4prylqjVVg7epOySLyqoH2kNdiUGVV3VagAgx00vJmI161yq-cyLEUOE_g1zLSIbXeU863CXcCIDopZbYwyY3EGRhChLSwJQXcJKfIr/w441-h343/cooper-e-bridgesx.webp) | Harvey (Lloyd Bridges), antigo ajudante de Kane, é um dos que querem vê-lo fora da cidade. |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfVj2h0K_eUCKuB-bCB4EaT4v5-AXajmf0FEXTcRgTYmQVmoH7I0O0hCxKr6jWZcImD8z6KF5RpraCO86iigfJoN0ztXAOnwsMTDWE2PaGgza48qjfELD6scNJmMZIKuievGuX7aUw57qImAs_OAQiBsLiF33PK3pUwNeUCHNqI8lTGPgCvb3OPWnH/w460-h309/grace-kelly-e-katy-jurado.jpg) | Amy e a mexicana Helen Ramirez (Katy Jurado) resolvem sair da cidade, sem interesse no confronto.
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A crítica de que o núcleo da trama recaiu de modo exclusivo sobre a ação individual opõe-se a explicação de que seu roteirista, Carl Foreman, parodiou a conjuntura política dos EUA no início dos anos de 1950 quando efervesceu o Macarthismo, explicando sua condição particular ao ter que enfrentar crise semelhante à de Will Kane que, sem apoio, é obrigado a mudar-se de país, o que é normalmente considerado, seja esperta ou ingenuamente segundo o professor Guido Bilharinho em seu ensaio O Filme de Faroeste (Instituto Triangulino de Cultura, 2001) como democracia modelar. Matar ou Morrer funciona como uma verdadeira metáfora sobre o Caça as Bruxas de Hollywood. O script de Foreman é “uma investigação da anatomia do medo; uma destilação de encontro com parceiros, associados e advogados”. A ênfase foi conferida em meio à construção do texto, quando Foreman teve de depor perante a nefasta, louca, neurótica e absurda comissão de investigações do Senador Joseph McCarthy. Depois, Carl Foreman caiu na “lista negra”, só voltando a assinar o próprio nome em 1958. O
CONFRONTO ![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKu3vMe_cDyWYK9UHYvt2vNZl68u6sfHSREX5ebTmCvvA7wn2ukaniHfzNn1Fl5Vw7L7RLKW5R0sMJAnlb2aI9pY7yB5AFIDl04S4fSirmkvKcwpKHE3sEyIFMzLZzcygMlPaVfIVeW7MgRIQPmy3t4soJ3dsxUB6clsEjE6hj8MrYiMP5pENhxMDr/w441-h558/matar-ou-morrer-poster-primaggio.webp) | DIVULGAÇÃO |
Na história, a hipocrisia e o medo são imperantes. Todos querem ver Kane fora da cidade, não porque gostem dele ou querem protege-lo, mas porque ele traria ainda mais o temor à população no duelo com Miller. Na hora fatídica, Kane sabe dos riscos e deixa uma carta de despedida caso morresse no combate. Todos os habitantes se recolhem para suas casas. Quem se ofereceu para ajudar, na última hora foge porque Kane não conseguiu reforços. É o cúmulo, mas o herói parte para o enfrentamento. Consegue liquidar dois dos capangas de Miller, e um deles é morto pela esposa do delegado que estava decidida a sair da cidade, mas volta quando percebe que o homem amado está em eminente perigo.
O momento clímax, além do duelo do homem solitário contra os malfeitores, é também quando tudo já está sob controle, com os habitantes saindo de suas casas, ficando em volta de Kane e da esposa. Numa magnífica interpretação de Cooper, que merecidamente arrebatou seu segundo Oscar de Melhor Ator (o primeiro fora em Sargento York, de Howard Hawks, em 1941), Kane volta-se para aquele pessoal com total desprezo e joga ao chão a sua estrela de xerife, com indiferença e repúdio, e parte com sua carroça indo embora com a amada e fiel Amy, sem olhar para trás… como em tantos desafios na vida!
O Mestre Dimitri Tiomkin assinou a partitura musical.
Um verdadeiro clássico, do gênero Western Classe A, que é ao mesmo tempo um dos retratos mais pungentes que o cinema já produziu sobre a condição humana, onde exprime o comportamento de toda uma sociedade paralisada pelo medo, arrebatando três prêmios da Academia – de montagem (Elmo Williams), ator (Gary Cooper, merecido!) e música e canção (Dimitri Tiomkin), cuja trilha frisa com impacto todos os acontecimentos da trama, a destacar a balada Do Not Forsake oh My Darling, interpretada por Tex Ritter (1905-1974) entoando versos de Ned Washington (1901-1976). Um clássico absolutamente inesgotável para os amantes da Sétima Arte.
Divulgação do filme pelos jornais do Rio de Janeiro, em grande triunfo.
FICHA TÉCNICA MATAR
OU MORRER
(HIGH
NOON) Ano de Produção – 1952 País – Estados Unidos Gênero – Western Direção – Fred Zinnemann Produção – Stanley Kramer, para United
Artists, em distribuição. Trilha Sonora – Dimitri Tiomkin, com
vocal de Tex Ritter. Roteiro – Carl Foreman Fotografia – Floyd Crosby, em Preto
& Branco Montagem – Elmo Williams
Metragem – 85 minutos ELENCO Gary Cooper – Xerife Will Kane Grace Kelly – Amy Fowler Kane Thomas Mitchell – Prefeito Jonas
Henderson Lloyd Bridges – Harvey Pell, ajudante
do Xerife Kate Jurado – Helen Ramirez Otto Kruger – Juiz Percy Mettrick Lon Chaney Jr – Martin Howe Harry Morgan – Sam Fuller Ian MacDonald – Frank Miller Eve McVeagh – Mildred Fuller Morgan Farley – Dr. Mahin – Ministro
Protestante Harry Shannon – Cooper Lee Van Cleef – Jack Colby Robert J. Wilke – Jim Pierce Sheb Wooley – Ben Miller Lee Aaker – menino que esbarra em Kane Larry J. Blake – Gillis, o barman. Uma matéria escrita por Paulo Telles para o site Cinema Com Poesia.
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