DO PIOR AO MELHOR: 11, 12, 13 HOMENS E UM SEGREDO.

Por Adilson Carvalho

Com a recente notícia divulgada pelo astro George Clooney, de que um roteiro para um quarto filme da franquia Onze Homens e um Segredo está sendo escrito, inauguramos aqui no CCP uma coluna revisionista que avaliará o melhor e o pior das franquias cinematográficas. Então aqui vamos nós, e fiquem à vontade para discordar e dizer qual seu favorito.

#5. Onze Homens & um Segredo (Ocean’s Eleven) – 1960. O filme original é bem fraquinho e se resiste até hoje é pela presença do Rat Pack. A narrativa é muito lenta e demora quase uma hora para que o plano de assalto seja posto em prática. Por trás dos bastidores, Frank Sinatra recusou-se a fazer mais do que um take, e o filme foi essencialmente montado pelo departamento de marketing da Warner Brothers para reunir todas as estrelas além do próprio Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr, Peter Lawford, Joey Bishop e a beldade Angie Dickenson no papel que foi de Julia Roberts na refilmagem de Steven Soderbergh.

#4. Oito Mulheres & um Segredo (Ocean’s Eight) é o último filme da franquia lançado em 2018. O divertido derivado é praticamente a mesma premissa com elenco feminino, e justamente valorizado pelo girl-power reunido estrelando Sandra Bullock, Awkafina, Cate Blachett, Helena Bohman Carter, Anne Hathaway, Mindy Kaling e mais. O diretor Francis Lawrence não é Steven Sodenbergh, e isso imprime na narrativa uma diferença e tanta já que o filme replica o filme de 2001, cabendo a Sandra Bullock a responsabilidade de conduzir a trama junto às demais excelentes atrizes. Personagens como a mãe suburbana Tammy (Sarah Paulson) e a artesã de jóias Amita (Mindy Kaling) são convincentes, mas a equipe mal tem tempo para se conhecer e se entrosar já que tudo fica muito rápido e forçado conforme chega o desfecho.

#3. Doze Homens & Um Segredo (Ocean’s Twelve). Muito antes do que Rian Johnson fez com Os Últimos Jedi ou do que Lana Wachowski fez com Matrix Resurrections, Soderbergh criou a sequência subversiva original de um filme. Na prática, Doze é essencialmente sobre a dificuldade em continuar depois de um feito muito extraordinário. Assim, a equipa original segue caminhos diferentes e, quando se reencontram, têm dificuldade em superar o assalto anterior. Algumas cenas são curiosas como a que a personagem de Julia Roberts, Tess Ocean, finge ser Julia Roberts. No entanto, o acréscimo de Catherine Zeta-Jones como interesse romântico para Rusty (Pitt) pouco acrescenta à formula. Já o ladrão de jóias de Vincent Cassel é um antagonista digno de Danny, com ambos trocando gracejos na grande sequência final do filme, lançado em 2004.

#2. Treze Homens & Um Segredo (Ocean’s Thirteen). O terceiro e derradeiro capítulo, feito em 2007, é muito melhor que o filme anterior. O roubo agora é motivado por vingança, quando Reuben Tishkoff (Elliot Gould), sofre uma crise de saúde depois de ter sido enganado pelo cruel proprietário de um casino, Willy Bank (Al Pacino). Danny (George Clooney) recruta o vilão do filme original, Terry Benedict (Andy Garcia), antigo desafeto de Willy. A inclusão de Garcia na equipa cria uma grande tensão cómica, que compensa de forma hilariante no final do filme, quando Danny encontra uma forma criativa de se vingar do seu antigo inimigo. Pacino está visivelmente ali para se divertir, reaparecendo em cena ao lado de Ellen Barkin, com quem fez Vítimas de Uma Paixão em 1989.

#1. Onze Homens & Um Segredo (Ocean’s Eleven). Poucos casos em Hollywood são de filmes cuja refilmagem são melhores que o original, como é o filme de Steven Soderbergh, de 2001. Danny Ocean (George Clooney) sai da cadeia e recruta o seu melhor amigo Rusty (Brad Pitt) para ajudar a reunir a sua equipa de especialistas. Seu plano é assaltar o cassino do perigoso Terry Benedict (Andy Garcia), e de quebra tentar reconquistar a sua ex-mulher Tess (Julia Roberts), que agora namora justamente o dono do casino. Ao contrário do filme de 1960, a história não se limita apenas ao poder das estrelas reunidas em cena, com um roteiro bem escrito equilibrando o melhor do gênero “grande golpe” com humor e tensão emocional. A própria equipa tem um grande afeto silencioso entre si. Uma cena final em que se encontram em silêncio em frente ao casino alvo reflecte o sentimento não expresso de toda a série: “não podemos acreditar que conseguimos“.

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