Por Adilson Carvalho
SE vivo estivesse, Bela Lugosi (1882-1956), ator húngaro que se tornou célebre por encarnar Drácula pela primeira vez nas telas, completaria 141 anos hoje. Apesar de ter sido estereotipado no papel que o tornou famoso, o que provocou o colapso de sua carreira, a eternidade fez jus ao seu talento. Uma estátua de Lugosi pode ser vista hoje em um dos cantos do Castelo Vajdahunyad, em Budapeste. Já a capa que Lugosi usou no filme Dracula, sobrevive ainda hoje na posse da Universal Studios. Bela também foi eternizado na música através da canção Bela Lugosi’s Dead, lançada em agosto de 1979 pela banda Bauhaus. É considerado o primeiro registro de rock gótico, tendo lançado as raízes que vieram a gerar bandas como The Cure e Siouxsie & The Banshees. Curiosamente, a canção não entrou nas paradas pop britânicas naquela época, vindo a se popularizar quando foi escolhida para integrar a trilha sonora de Fome de Viver (1982), de Tony Scott (1944-2012)
No filme David Bowie é John, o amante da linda vampira Miriam (Catherine Deneuve), que existe desde a época dos faraós. Ele acha que viverá para sempre, mas começa a envelhecer rapidamente e Miriam procura um novo companheiro. O filme foi exibido fora de competição no prestigioso Festival de Cinema de Cannes, em 1983, e guarda boatos de uma possível refilmagem a ser feita. A música tem mais de nove minutos de duração e foi gravado “ao vivo no estúdio”, em um take único. David J, baixista da banda, afirma em seu site ter escrito a letra. O vocal não é iniciado (na versão de estúdio) até vários minutos de música. No lado-b do single inclui a música “Boys” e algumas versões também incluem uma gravação demo do que seria seu próximo single, “Dark Entries”. Foi lançado em CD em 1988 e foi compilado no álbum de 1998, Crackle – The Best Of Bauhaus. Abaixo o clip com cenas do filme, e não estranhe se descobrir que Bela Lugosi, ao menos em sua aura cultural, está mais vivo do que nunca.
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